Seus deslocamentos passaram a ser um enorme desafio. A mobilidade de pessoas com amputação, muitas vezes, requer adaptações, como no caso de um carro modificado que Frascino possui. E, para dirigi-lo, é necessário também a habilitação especial para PCD (pessoa com deficiência).
Porém, para pequenos percursos, ainda havia a necessidade de alguma solução mais prática. Foi quando Márcio Frascino decidiu conhecer modais portáteis, cuja condução fosse possível com o uso da prótese. A opção por um monociclo elétrico, em um primeiro momento, parecia impossível. Afinal, andar num veículo de uma roda só requer treinamento. Mas, mesmo sabendo das dificuldades iniciais, a resiliência de Frascino o impediu de desistir da ideia.
Após o êxito das primeiras aulas, faltava, ainda, aprender a subir no monociclo com mais facilidade. Foi, então, que, ao ver um caso similar de outro amputado da Tailândia (e que também é monociclista), ele entendeu que, para realizar a ‘subida’, precisaria elevar o quadril do lado da prótese, puxar o pé para apoiá-lo no pedal e, então, estabilizar o corpo na posição ereta, necessária para a condução correta do veículo. No início, ele se utilizava de apoios laterais para conseguir realizar a manobra, coisa que agora já não é mais necessária.
Márcio Frascino é o único amputado no Brasil que conduz, com grande desenvoltura, um monociclo elétrico. Ele possui um modelo capaz de atingir 30 km/h de velocidade máxima. ‘Uso o monociclo quase diariamente, principalmente como lazer e para ir até a aula de teatro. É minha terapia’, diz ele, sempre com bom humor.
Agora, aos 35 anos, Frascino tem como objetivo inspirar pessoas, mostrando que a forma positiva de lidar com as diferentes situações da vida é a chave para ser ou não feliz e contribuir para ajudar outras pessoas com suas próprias dificuldades.